Paris (França): Ato em defesa do “33 da rue des vignoles” reúne cerca de mil pessoas

Comunicado de imprensa:

Neste sábado, 15 de março de 2014, mais de mil pessoas desfilaram nas ruas do 20º bairro pela salvaguarda do “33 da rue des vignoles”, ameaçado de expulsão pela prefeitura de Paris.

Foi por reconhecer sua ligação a este espaço sindical, cultural e associativo, herdeiro de prestigiosa história, que os participantes aplaudiram os oradores que discursaram durante o percurso da marcha: o DAL lembrou a luta pelo direito à moradia, assim como a dos imigrantes; a companhia Jolie Môme propôs um espetáculo de meia-hora sobre a Paris popular; o coletivo Tenon relembrou as lutas pelos direitos das mulheres, salientando, sobretudo, a luta pelo direito ao aborto e as lutas antifascistas; um show do grupo Dubamix, representando a abertura às culturas alternativas, fechou a jornada. Temas importantes para os habitantes do “33? e do 20º bairro, um dos últimos redutos populares da capital.

O “33? – A Confederação Nacional do Trabalho (CNT), Flamenco na França, os artistas, artesões e habitantes do lugar – EXIGEM A REABERTURA DA MESA DE NEGOCIAÇÕES, QUE A PREFEITURA DE PARIS ENCERROU BRUTALMENTE E UNILATERALMENTE. A prefeitura quer expulsar os artistas por meios judiciais e fazendo pressão sobre a CNT. Mas porque sair e perder o espírito do lugar?

Sem dúvida para deixar o terreno limpo para um projeto mais rentável, mais de acordo com o que quer a prefeitura para nossa cidade: bairros burgueses, reservados às classes médias, sem vida, a serviço da produção, do comércio e das finanças.

Por isso, o “33 da rue des vignoles” é um lugar de rara riqueza. A CNT tem lá seus comitês regional e nacional, e desenvolve assistência jurídica, cursos noturnos, lutas antisexistas, antiracistas e antifascistas. A resistência espanhola de 1936, os mesmo que fizeram parte da resistência francesa de 1939 a 1945, e foram os primeiros a entrar em Paris na “Liberação” de 1944, com a companhia “O Novo”, fazendo parte da divisão Leclerc, e lá se instalaram desde os anos 1970. A Associação Flamenco na França, uma das escolas de flamenco de maior reputação na França, lá promove seus cursos. Artistas e artesão lá trabalham e vivem. É igualmente um lugar internacionalista, com numerosos encontros e acolhimento de delegações vindas de Chiapas, Espanha, Grécia, Canadá, Mali, Colômbia, Argélia, etc… Numerosas atividades culturais lá se desenvolvem, uma livraria, um cineclube, uma editora, apresentações teatrais, conferências, concertos…

O “33? sabe que pode contar com as pessoas presentes neste sábado e quer preservar este local. Faremos todo o necessário para que, junto com a prefeitura, seja encontrada uma solução aceitável e duradoura. Não pararemos as mobilizações até alcançar este objetivo.

CNT-F

Galeria de imagens:

http://www.cnt-f.org/retour-sur-la-manifestation-pour-la-defense-du-33-rue-des-vignoles-et-du-paris-populaire.html

agência de notícias anarquistas-ana: http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2014/04/04/franca-ato-em-defesa-do-33-da-rue-des-vignoles-reune-cerca-de-mil-pessoas/