Campo Grande (MS-Brasil): Moradores do Jardim Colorado e Pênfigo resistem contra ordem de despejo

A resistência dos moradores dos bairros Jardim Colorado e Pênfigo, em Campo Grande, no Estado do Mato Grosso do Sul, permitiu a suspensão de uma ordem de despejo que visava a área.   A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul conseguiu nesta semana suspender a ordem de reintegração de posse da área que equivale à cerca 28 mil m² (metros quadrados) que compreende duas quadras, na extensão da Rua Sebastião Ferreira, e despejo das cerca de 400 famílias por pelo menos 90 dias.

Conforme a defensora pública responsável pelo caso, Kátia Souza Cardoso, a defensoria se reuniu na semana passada com representantes do município, pedindo a suspensão para uma análise mais apurada da situação. “Nós pedimos a suspensão porque as famílias estavam desesperadas já com as ordens de despejo em mãos, só esperando as forças policiais e o maquinário para derrubarem as casas”.

A princípio, a suspensão tem o prazo de 90 dias, mas pode ser prorrogada. O processo está parado para que haja um estudo sobre o local e o que fazer com as famílias. “São muitas famílias que não sabiam para onde ir e nem o que fazer. Esse estudo é justamente para ver o que fazer com elas, se algumas podem ficar no local já quem tem muita criança matriculada em escolas por ali, se elas podem ser realocadas e medir exatamente a área de reserva para que ninguém seja prejudicado”, explicou.

Na manhã do dia 11 de janeiro, cerca de 60 moradores dos bairros Jardim Colorado e Pênfigo bloquearam a BR-262 em frente ao lixão em protesto contra a ordem de despejo que deixaria as famílias desabrigadas em 10 dias. No dia do protesto, a moradora Franciele Sousa, 28 anos, comentou que a ação apontava que os moradores poluem e desmatam a área, o que não é verdade, segundo ela que afirma ainda, ao contrário, já que plantam mudas em seus terrenos.

As famílias foram avisadas na última sexta-feira (25) e comemoraram a suspensão. “Estou muito satisfeita porque agora eles não estão mais naquele desespero de não saberem para onde ir, vão ter mais tempo e um estudo real da situação do local e o que poderemos fazer posteriormente”, concluiu Kátia.

Artigo publicado em Campo Grande News.