Chania (Creta-Grécia): Informação sobre a manifestação em solidariedade com a okupa Rosa Nera

Umas 600-700 pessoas participaram na manifestação realizada em 13 de junho de 2017 na cidade de Chania, em solidariedade com a okupa Rosa Nera. A manifestação aconteceu contra os planos do reitor da Universidade de Creta de vender ao Capital privado o edifício da okupa, assim como o edifício da reitoria, com o fim de que se convertam em hotéis, cuja exploração será pelas mãos de uma empresa hoteleira.

A concentração foi realizada às 18h na praça do mercado de Chania, e contou com a participação de gente da cidade e de Réthimno. A marcha começou uma hora mais tarde. Passou pelo centro da cidade, parou em frente da Prefeitura, onde se pintaram lemas, e continuou até o velho porto veneziano, plenamente turístico, onde se gritaram lemas associados com as condições laborais dos trabalhadores no setor do turismo.

Ao passar a marcha pelo hotel Ambassador, os manifestantes procederam a um bloqueio simbólico do hotel, já que há indícios de que seu dono é o que se esconde atrás de uma empresa chipriota (off shore), à qual se concederá pelos próximos 25 anos a exploração comercial dos edifícios da okupa e da reitoria da Universidade. Hora e meia depois de seu começo, a marcha terminou na okupa, onde se organizaram um café e uma ceia auto-organizados. [Read More]

Chania (Creta-Grécia): Solidariedade com a okupa Rosa Nera

Não faltam os hotéis de Creta. Faltam os espaços livres.

Durante os últimos anos todos os governos realizaram várias campanhas de eliminação dos espaços autogestionados e livres. O que querem conseguir é que nos encontremos só em nossas casas, nas cafeterias, nos bares e nos centros comerciais. Quer dizer, que querem que sejamos só consumidores e clientes. Por conseguinte, a ofensiva que está recebendo a okupa Rosa Nera em Chania não é fortuita.

O edifício da okupa pertence à Escola Politécnica de Chania, e faz treze anos constitui um lugar de luta e cultura emblemático, cobrindo também necessidades de teto. Em suas instalações as pessoas incansáveis que se esforçaram por dar vida ao edifício criaram um teatro, uma biblioteca e sala de leitura, um espaço de apresentações (de criações artísticas), um parque de crianças, uma oficina de construções, um espaço em que se celebra um bazar de artigos doados , um forno de produção de pão artesanal, e um café.

Nestes treze anos foram organizados centenas de eventos, concertos, apresentações, debates, oficinas, festas, cafés de apoio de coletividades e de ações. Todos tiveram um carácter antimercantilista. Recentemente se soube que o reitor da Universidade de Creta, Basilio Digalakis, no marco da expropriação da fortuna da Universidade convocou um concurso com o fim de converter em hotel o edifício da okupa. Das vistas preciosas desde a colina de Kasteli, onde se encontra a okupa, poderão desfrutar só os que tem o bolso cheio. [Read More]