Recife (PE-Brasil): Nasce a ocupação Marielle Franco

Na última terça feira, dia 20 de março, um grupo de mulheres sem-teto ocupou um prédio em Recife, na Praça da Indepedência (ou Praça do Diário). A nova ocupação foi batizada Marielle Franco, em homenagem à militante e vereradora assassinada este mês no Rio de Janeiro. Segue o comunicado publicado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) após a ocupação:

As mulheres Sem Teto de Recife apresentaram, nessa manhã de terça, 20 de março, uma chance de construir um novo projeto de cidade. A chance de que o direito à moradia seja garantido e que os imóveis abandonados cumpram efetivamente sua função social.

Sim, é possível ter moradia popular no centro da cidade do Recife, capital pernambucana. Prova disso é que 200 famílias estão fazendo de um prédio abandonado na Praça do Diário o seu teto.

Edifício esse que acumula mais de R$ 1,5 milhão em dívidas de IPTU. Dinheiro sonegado à população que poderia servir para a melhoria das condições de vida de uma parte da população recifense que ainda sofre com o problema da moradia. E, como este, existem outros milhares de imóveis ociosos e devedores enquanto mais de 70 mil famílias lutam para ter o direito à moradia na cidade.

Nesse contexto, identificando a extrema desigualdade das mulheres no acesso ao direito à moradia e outros direitos, o MTST vem construindo nesse mês uma Jornada Nacional de Luta das Mulheres. Participamos do 8 de Março (8M) com um travamento seguido da participação no ato local e, agora, aprofundamos essa denúncia com a ocupação de um imóvel devedor e ocioso.

E, para além da reivindicação por moradia, também exigimos políticas públicas eficazes para as mulheres como ampliação dos números de casas de acolhimento, creches, entre outros serviços.


MARIELLE FRANCO E ANDERSON PRESENT
ES!

Infelizmente, a caminhada de luta das mulheres é traçada com diversas perdas e, nesse sétimo dia, viemos fazendo uma homenagem à companheira Marielle Franco. A brutal execução que sofreu por sua trajetória de lutas por direito da periferia, das mulheres e da população negra, e de denúncia das violências cotidianas contra esses grupos, não nos fará silenciar.

Pelo contrário, nos faz seguirmos em luta.

Fonte: MTST.