A okupa Baronesa tem resistido às pressões da prefeitura e da brigada militar há cerca de três meses. Hoje, das 10 famílias que inicialmente ocuparam o imóvel abandonado pela prefeitura na esquina da rua 17 de Junho com a Baronesa do Gravataí, 3 resistem ao desalojo e fixaram seu acampamento na calçada, em frente à okupa. A reintegração de posse ocorreu no dia 7 de junho, uma sexta-feira.
Desde o dia 18 de março, 20 adultos e 17 crianças ocuparam o prédio e promoveram melhorias no espaço do imóvel, acabaram com infestação de ratos e com focos de mosquito da dengue além de trazerem paz e sossego para a vizinhança. Os seis sobrados que compõe o espaço ocupado, antes das famílias chegarem, eram utilizados como ponto de encontro de usuários de drogas e como depósito de objetos furtados.
Apesar de o imóvel estar há anos inutilizado pela prefeitura, tendo sido cedido à brigada militar que o utilizou e devolveu. A ocupação do espaço pelas famílias desagradou a prefeitura de Porto Alegre que, desde o dia 8 de maio vem tentando retirar elas do local. No dia 8, o procurador geral do município e a brigada militar “visitaram” a ocupação Baronesa na tentativa de expulsar as famílias que ali moravam. Sem nenhum aviso prévio de reintegração de posse, não houve sucesso por parte do procurador que, então, mandou desligar a luz e a água do imóvel, deixando as 37 pessoas sem abastecimento. A vizinhança ajudou as famílias com água e a comunidade tem ajudado com doações de todos os tipos.
A ocupação recebeu todo tipo de “visita” a mando do município para tentar a retirada das famílias. Os vizinhos tentaram dialogar, mas sem sucesso. No dia 28 de maio, felizmente, mais uma tentativa de retirada das famílias acabou sem sucesso. A primeira reintegração de posse oficial foi marcada para o dia 26 de maio, mas através do diálogo e da resistência, as famílias conquistaram mais alguns dias dentro do imóvel.
O sonho da ocupação Baronesa teve uma reviravolta quando na última sexta (7 de junho) as famílias foram efetivamente despejadas. Hoje, as 3 famílias que resistem firmes e fortes com seus pertences na calçada, em baixo de lonas, em frente à ocupação são vigiadas por viaturas da guarda municipal. A luta pela moradia continua e todo o apoio é bem vindo para fortalecer esse movimento!
[Texto por Passiflora. 10 de junho de 2019.]