Lisboa: companheira despejadas ontem no Braço de Prata

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Ontem dia 23 de fevererio mais uma casa abandonada à que um grupo de pessoas tinha devolto à vida foi despejada sem ordem do tribunal. Os supostos proprietários do prédio, situado no Braço de Prata e que se encontrava abandonado e em processo de degradação, apareceram por volta das 5pm com a polícia ao perceber que havia pessoas a morar ali. Depois duma tentativa falida de negociação com a propriedade, uma pessoa que se encontrava no local saiu ao exterior para passar uma ligação dum advogado a um agente da polícia. Os agentes identificaram esta pessoa e não devolveram o passaporte. A conversa sobre a devolução do passaporte acabou com a detenção de esta companheira, momento em que os agentes da polícia e os donos foram embora para a esquadra n. 14 de Chelas. Uma vez lá, os companheiros que foram apoiar não obtiveram informações sobre de que era acusada a companheira ou quando poderia ser libertada. Ao serem perguntados sobre a necessidade de apresentar uma ordem de despejos, os agentes disseram que ocupar é um delito e não é necessária ordem do tribunal. Também houve o episodio onde na tentativa de saber se a primeira companheira detida estava informada do seu direito a ter acesso a uma advogada e a uma chamada com o exterior, um dos agentes presentes na esquadra respondeu que pessoas que não respeitam os direitos dos proprietários, não podem esperar direitos. Por volta das 9pm, os agentes que se encontravam nessa mesma esquadra mais um camião de bombeiros foram de novo à casa para proceder a um despejo ilegal sem ordem do tribunal. Arrombaram a porta sem dar oportunidade as companheiras que se encontravam no local com animais de estimação saírem. Após isto, as 4 pessoas que se encontravam na casa foram detidas, algemadas e levadas à esquadra de Chelas. A polícia informou às companheiras que estavam à porta de que as detidas poderiam ser libertadas depois de completar as diligências, porém, às 11pm decidiram que as companheiras iriam passar a noite no centro de detenção por não terem garantias de que se apresentariam a tribunal no dia a seguir, argumentando que nenhuma delas tinha morada fixa em Portugal. As companheiras que estavam a apoiar ofereceram diversas opções de endereços que podiam ser utilizados, mas não foi possível mudar esta decisão. Hoje dia 24 um grupo de pessoas acompanhadas com uma advogada estiveram à espera do julgamento e da libertação das companheiras no Campus da Justiça. A advogada não teve ainda acesso ao processo, mas segundo a polícia a primeira pessoa detida é acusada de injúria a autoridade e as outras 4 de invasão de propriedade. Finalmente o Ministério Público solicitou a investigação do caso, não houve julgamento hoje e as pessoas ficaram à espera de notificação. Quando saíram, as compas relataram como os agentes da policia faltaram ao respeito com insultos e tentativas de humiliação, além de terem lançado gás pimenta dentro da sala de espera onde se encontravam enquanto estavam algemadas.

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