Porto Alegre (RS-Brasil): Quando a anarquia incomoda. Comunicado da Biblioteca Kaos diante da perseguição contra anarquistas

Há muitas coisas para falar, mas iremos pelo mais urgente. O 25 de outubro começou uma perseguição anti-anarquista contra a FAG [Federação Anarquista Gaúcha], o Parhesia, a ocupação Pandorga e algumas individualidades que tiveram espaços e moradias invadidas pela polícia. Se não toda, provavelmente uma boa parte da diversidade anarquista foi atingida e várixs deles se pronunciaram desde suas concordâncias, com firmeza, diante da repressão. E isso é vento fresco que fortalece a todo aquele que se sinta em sedição.

Fica evidente que a mira dos agentes da repressão também aponta contra nós, contra as publicações que fizemos ou nas quais participamos. E é sobre isso que vamos a nos pronunciar. A cronologia da Confrontação Anárquica, tanto aquela que recolhe informação desde o 2000 até o 2015, quanto aquela que recolhe o acionar anárquico do 2016, são os livros que estão exibindo como “provas” de vandalismo, ataques, e atos criminosos. Dentre as múltiplas formas de procurar a liberdade que tem o anarquismo, esses livros falam da informalidade anárquica como um opção de acordo com o rosto da dominação atual. Ainda mais, esclarecemos que estes livros falam de ações que não são anarquistas só. O foco dos livros é a difusão de ações anárquicas. Para ser mais precisos, se difundem ações nas quais nós sentimos o aroma da anarquia. E entre o anarquismo e a anarquia há diferenças que podem ser delicadas mas que são importantes. [Read More]

Porto Alegre (RS-Brasil): Operação policial invade Ocupação Pandorga e diversos espaços libertários

Nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, espaços libertários ou ligados a grupos anarquistas de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Viamão foram invadidos pela polícia e alvos de buscas e apreensões. Diversos materiais, incluindo faixas, livros, zines e computadores foram apreendidos enquanto 32 pessoas estão sendo investigadas acusadas de “tentativas de homicídio, uso de explosivo e formação de quadrilha” por estarem supostamente vinculadas à ataques realizados nos últimos anos contra viaturas e delegacias de polícia, bancos, edifícios ligados ao exército e sedes de partidos. Trata-se de mais uma tentativa, orquestrada pelos investigadores da polícia civil, de criminalizar e reprimir movimentos populares e autônomos.

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Porto Alegre (RS): Polícia invade residências e espaços de anarquistas na véspera da Feira do Livro Anarquista

A polícia civil gaúcha cumpriu na manhã desta quarta-feira (25 de outubro) diversos mandados de busca em residências e espaços coletivos na região metropolitana de Porto Alegre (RS) para coletar materiais para investigação. A polícia afirma que os endereços estão vinculados a um grupo que teria realizado ataques a viaturas, sedes de partidos políticos, delegacias, bancos e concessionárias de veículos. A ação foi truculenta e os policiais agrediram as pessoas que residem nesses espaços e levaram algumas delas para a delegacia.

Foram ao todo 10 mandados de busca e apreensão, onde foi apreendido material anarquista (cartazes, livros, faixas, etc.), máscaras de fantasia, latas de spray e outros objetos comuns, inclusive garrafas de plástico cheias de saco plástico, que a polícia relatou serem coquetéis molotov. Nem mesmo policiais são tão ignorantes a ponto de achar que pode-se fazer coquetéis molotov com garrafas plásticas e sem um líquido inflamável. De fato essas garrafas seriam utilizadas como tijolos ecológicos para bioconstruções. [Read More]

Porto Alegre (RS-Brasil): Flores do Mal

Um relato sobre a Biblioteca Kaos, a família Chaves Barcellos Wallig e a gentrificação de Porto Alegre.

Recentemente, a Biblioteca Anárquica Kaos ocupou uma casa abandonada há décadas no Centro Histórico de Porto Alegre. O imóvel, assim como um conjunto de imóveis que o cercam, pertence a uma das famílias mais ricas e tradicionais da capital os Chaves Barcellos / Wallig¹. Embora as construções sejam tombadas, seus proprietários planejam demolí-la para ali fazerem novos empreendimentos. Isso explica o abandono dos imóveis, pois como é proibido demolí-los, seus donos simplesmente os abandonam até que caiam pela ação do tempo.

O pai, João Wallig Filho, pretende construir ali um edifício garagem, enquanto seu filho, o arquiteto João Felipe Chaves Barcelos Wallig quer fazer um complexo de contâineres, com restaurantes vegetarianos, feira orgânica e outras coisas destinadas ao público jovem. Nenhum dos projetos pretende preservar as construções históricas. [Read More]

Porto Alegre (RS-Brasil): Novo espaço da Biblioteca Kaos

Ocupamos de novo! A Biblioteca Kaos tem novo espaço.
O domingo 12 de março entramos na casa da Rua Coronel João Manoel 641, antes o morro da formiga. Casa que estava abandonada faz três anos, no meio do centro histórico de Porto Alegre, e que é parte das heranças de duas das famílias mais burguesas, donos da cidade faz séculos: Chaves Barcellos e Wallig.

Temos a absoluta certeza de que estamos incomodando os poderosos que já apareceram para nos ameaçar e muito risivelmente para nos convidar a ser parte dos seus projetos de capitalismo alternativo. Nossa resposta é uma só: somos ocupas, anarquistas, e com a burguesia não temos conversa nenhuma.

Para nossa surpresa e alegria, a vizinhança apoia totalmente a ocupação porque vieram que poucas pessoas arrumaram um espaço que faz anos estava sem uso. A interação com eles foi uma clara atitude de solidariedade e iniciativa não só nas palavras mas sobretudo na ação, participando pouco a pouco da limpeza do lugar e apoiando com sua presença em algumas das visitas dos donos.
Depois das ameaças dos Burgueses de nos jogar pra fora com seus capangas e pitbulls, as galera das outras okupas da cidade chegaram para nos fazer sentir sua solidariedade e ajuda.
Neste momento ainda estamos na briga pelo espaço mas nossa decisão desde o início é permanecer sem negociação, nem jurídica nem verbal com os proprietários. A ocupação é uma pratica subversiva que não pode ser engolida pelas normas de propriedade imobiliária, é a resposta efetivas à acumulação absurda da terra em mão de uns poucos privilegiados. Nossa determinação diante disto é clara: casa abandonada, casa ocupada.
Mandamos nosso salve à Solidaria que enfrentam um desalojo nestes próximos dias, compas um desalojo, outra ocupação!!! Aos compas das Okupas, na Gracia, à okupa Nadir, e CCF, compas seguimos! Às Bibliotecas Flecha Negra na Bolivia, Sacco e Vanzetti e Sebastian Oversluij no Chile, e a todos os espaços autogestionados na procura da anarquia.
Desde um novo espaço, aqui seguimos onde sempre estivemos: na procura da liberdade e contra toda autoridade!
Nos próximos dias difundiremos os horários e atividades da biblioteca. [Read More]

Porto Alegre (Rio Grande do Sul): Comunicado da Okupa Bosque Ibirapijuka, diante a iminente ameaça de Despejo

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O Bosque Ibirapijuka é um espaço okupado anarkista que existe a 6 anos, onde se vivenciam distintas práticas de busca pela autonomia além de realizar inúmeras atividades que visem a confrontação ao poder. No lugar existem e funcionam, ativa e autogestionadamente: a Biblioteca Lápis em Luta, uma farmacinha de Plantas medicinais, o estúdio Guata-Core, uma Padaria, uma serigrafia além de outros vários projetos esporádicos e/ou itinerantes.

No dia 1° de novembro chega as portas de nossa casa uma oficial de justiça trazendo em suas mãos um aviso judicial de que já se está encaminhando o processo de reintegração de posse , que  tramita na justiça desde junho deste ano. O documento que tal lacaia trazia, havia sido expedido no dia 2 de outubro, explicitando mais uma jogada suja do poder visando que percamos tempo em nossas possibilidades de reação a esta iminência de despejo. [Read More]