Propôr e apresentar umas Jornadas Libertárias, só pelo que significa cada uma destas palavras, é difícil, porque entre nós e o Outro as palavras alimentam fossos e tecem rupturas. Mas também aproximam e geram cumplicidades. O desafio germinou na periferia do nosso ser e estar durante a primavera de 2015, entre encontros e desencontros, afinidades e des-afinidades, como um corpo a corpo necessário e imprescindível.
As Jornadas Libertárias 2015 que pensámos, desde cedo, como um terreno exploratório, revelam-se uma necessidade e acabam por chegar ao Porto num momento em que são mais precisas: numa altura de oportunismos políticos feitos de aproveitamentos desviantes de várias questões que nos afectam o quotidiano. Este ar pestilento é destilado por uma crise co-produzida pelo capitalismo e pelo estado para perseguir o ciclo de gestão de todos os aspectos das nossas vidas, perpetuando o subterfúgio de uma ordem e organização social submissa, obediente e reprodutora de mecanismos autoritários.