Atenas: Zizania, novo centro social ocupado

Bem vinda à Zizania, centro social ocupado em Victoria, na Fylis e Feron. Que seja um espaço da vizinhança para auto-organização, intervenções sociais, resistência coletiva e construção comunitária. Vamos nos encontrar nesse espaço para compartilhar pensamentos, comida, café, roupas e o que mais a gente possa imaginar. Para trocas livres e cortes de cabelo gratuitos, para exibições, para aprender e ler, para oficinas e encontros/reuniões/assembleias. Vamos celebrar esse espaço como um passo na direção de mais espaços públicos, vamos fazer o melhor dessa oportunidade, já que somos quem molda e assume nossas lutas e não devemos depender nem de outras pessoas, nem de instituições, nem de melhores condições para fazer isso.

Com a Zizania nós miramos em primeiro lugar criar um espaço de respiro do racismo, sexismo, capitalismo e violência do estado e da sociedade. Nós vislumbramos um espaço de interação e troca entre pessoas de diferentes histórias, origens, identidades e idades, que falem línguas diferentes e tenham opiniões diferentes. Essas são condições que nós devemos criar e concretizar juntas, através de encontros, fortalecendo as relações dentro e entre nossas comunidades e conectando nossas lutas. Por muito tempo nós estivemos apenas sonhando sobre alguma coisa assim – com certeza não éramos as únicas pessoas – e agora queremos agir. Nesse espírito, te convidamos a trazer suas questões, ideias, iniciativas, e lutas para discutir como podemos construir esse espaço juntas. [Read More]

Tessalónica: despejo do Squat Terra Incognita

Nesta manhã (17 de agosto), por volta das 5 da manhã, a escória da polícia grega invadiu o Terra Incognita em Tessalónica, um prédio ocupado desde 2004 que é um marco da luta e do movimento anarquista na cidade.

Os policiais fizeram o despejo do edifício, confiscando os equipamentos técnicos e materiais, e uma grande parte dos recursos internos.

Especificamente, foram confiscados os materiais das seguintes instalações anarquistas abrigadas no prédio: o material médico e de primeiros socorros, a quadra de esportes, a biblioteca e o material de impressão, bem como um grande arquivo de cartazes e outros materiais impressos que datam de várias décadas atrás. [Read More]

Atenas: Ação de solidariedade pela okupação Dervenion 56. Um apelo internacional à solidariedade

Na sexta-feira 26 de junho, em Exarcheia, o Estado grego evacuou e fechou com blocos de concreto a okupação Dervenion 56 e o prédio na rua Dervenion 52. Imediatamente, um encontro solidário foi realizado na Praça Exarcheia por várias horas. Na noite do mesmo dia, foi realizada uma marcha solidária com a participação de aproximadamente 300 pessoas. A marcha terminou na okupa Dervenion 56, barricadas foram erguidas ao redor do perímetro e, em seguida, camaradas quebraram a marretadas os blocos de concreto da vergonha. A polícia nunca chegou e depois de algumas horas os manifestantes foram embora. Policiais da tropa de choque fizeram novamente uma operação na manhã seguinte, construindo novamente um muro de concreto em frente à porta da okupação. Segundo relatos, nos dias seguintes, várias ações de solidariedade aconteceram e uma manifestação ocorreu na principal rua comercial de Atenas, Ermou, onde slogans foram gritados, e aparentemente algumas pessoas atacaram lojas de grife multinacionais em Ermou no ocupado – pela polícia – centro de Atenas. Mesmo o rico yuppie sobrinho do primeiro-ministro, o prefeito de Atenas, Costas Bakogiannis, não conseguiu escapar da raiva causada pelas evacuações. O pioneiro da gentrificação violenta e seus guarda-costas foram atacados com cafés e outros itens por dezenas de pessoas em um festival local religioso. Nos dias seguintes, realizou-se novamente uma marcha em Exarchia, onde os camaradas demoliram as paredes das okupações de imigrantes seladas em Themistokleous 58 e Spirou Trikoupi 15. Todos esses dias, textos de solidariedade foram escritos e faixas foram colocadas em vários locais na Grécia. [Read More]

Atenas: Koukaki sente o peso sobre si

Desde 2017, a Koukaki Squat Community (composta pelas ocupações Matrozou 45, Panaitoliou 21 e Arvali 3) estabeleceu um exemplo de vida comunal diferente e relevante no centro de Atenas. Projetos abertos de habitação comunitária, banheiro público e lavanderia, compartilhamento de roupas, espaços para eventos públicos e uma biblioteca multilíngue foram formados através de procedimentos horizontais, trabalho coletivo e persistência. Funcionando em uma vizinhança residencial que vem sendo transformada em resort turístico de primeira-classe, a Koukaki Squat Community formou um aterro contra as políticas repressivas e econômicas do Estado e dos patrões, contra o fascismo, o racismo, e o patriarcado. Uma lareira viva de resistência que apoiou e conectou ativamente outros esforços, projetos políticos e assembleias públicas [1].

Uma comunidade como esta, de igualdade e solidariedade, não poderia deixar de ser noticiada. Como muitas outras ocupações e projetos políticos em Atenas, as ocupações em Koukaki foram visadas várias vezes pelo Estado, tanto pelos governos do Syriza [esquerda] como do Nea Dimokratia [direita], e também por ataques fascistas [2]. Os camaradas enfrentaram evacuações e repressão, mas resistiram e defenderam sua comunidade retomando as casas e fazendo intervenções dinâmicas. [Read More]

Atenas: anarquistas reagem ao despejo da okupa Kouvelou

O governo grego entrou em guerra com anarquistas e antiautoritários, após o fim de um ultimato de 15 dias emitido pelo Ministro da “Ordem Pública”, direcionado às dezenas de okupações políticas e de refugiados por toda a Grécia (algumas delas com mais de 10 anos), ameaçando-as com despejos violentos pela tropa de choque e forças especiais da polícia, se eles não abandonassem os locais dentro do prazo. O prazo acabou na noite de quinta-feira, 5 de dezembro de 2019, uma decisão política pelo Estado grego com o objetivo de agitar e criar uma “atmosfera explosiva”.

Após a primeira onda de ataques e despejos, principalmente contra okupas de refugiados durante o outono, a segunda onda de ataques começou, desta vez contra okupas políticos e centros sociais. Coincidindo com a prisão de antifascistas e a proposta judicial de absolvição de líderes neonazis no julgamento do partido fascista Aurora Dourada, o governo grego de direita e o seu autoproclamado socialista Ministro da “Ordem Pública” prosseguiram com o despejo da Villa Kouvelou em Marousi, Atenas, na terça-feira, 17 de dezembro, enquanto outras três okupas foram despejadas hoje, 18 de dezembro, em Koukaki (Matrozou 45, Panaitoliou 21, Arvali 3), após uma operação policial enorme, que aterrorizou todo o bairro com a brutalidade policial, atacando pessoas que vivem em casas adjacentes que não eram okupas. Imagens brutais de policiais da SWAT grega pisando com as botas na cabeça das pessoas no chão e uma mãe amarrada no chão do terraço com um capuz na cabeça, lembrando imagens da tortura de Abu Ghraib, foram divulgadas na mídia. [Read More]

Grécia: Intervenção em massa nas ruas de Kolonaki

Há uma crença completamente errada de que Exarcheia é uma área no mapa cercada pelas ruas de Patision, Alexandra, Charilaou Trikoupi e as colinas Steki. De fato, existe uma área da metrópole do que hoje é chamado Exarcheia, onde há décadas há uma territorialização parcial de movimentos políticos radicais, um acúmulo excessivo de negações políticas ou culturais organizadas ou espontâneas. Mas isso é um produto da historicidade, e o historicismo está sendo redefinido. Nada garante que Exarcheia fique onde está, esteja sozinha ou tenha o mesmo tamanho para sempre. E quando colocamos Exarcheia entre aspas, não queremos dizer o bairro, mas um fenômeno político: um centro territorial de superlotação de negações dentro da metrópole.

Não deve ser mal interpretado. No momento, Exarcheia, como está no mapa, é de particular importância. O Estado, se quiser pagar os custos, pode fechar os centros rapidamente com seus esquadrões. Possui uma variedade de ferramentas de aplicação coercivas que toda a sociedade controla se deseja tanto os edifícios que os receberão. Mas Exarcheia não obterá o local que está hoje. Sejamos orgulhosos do orgulho, mas podemos dizer com certeza que, durante muito tempo, os Plevris não podiam tomar seu café ao meio-dia na praça sem serem protegidos pelos esquadrões e guarda-costas da MAT [tropa de choque]. Isso é uma indicação de que Exarcheia “caiu”, que deveria haver uma área em que os poderosos, aqueles que encontram tapetes vermelhos em outros lugares, não sejam bem-vindos… [Read More]

Atenas: da teoria à prática – uma resposta inicial – 15 prédios liberados

Todo o mecanismo estatal do governo Mitsotakis, liderado por suas forças repressivas, se opõe a qualquer coisa que desafie suas imposições de normalidade. Ele usa a doutrina da “lei e ordem” e a retórica de tolerância zero como um véu para encobrir e tirar a atenção de suas intermináveis inconsistências. Alimenta seus constituintes com a retórica de nação, segurança, legitimidade e desenvolvimento, adotando modelos de polarização e paradigmas de épocas passadas. O objetivo é claro: a tentativa de erradicação das estruturas de luta e a destruição do movimento revolucionário, que se opõe a seus planos de desenvolvimento e a qualquer modelo da chamada gentrificação urbana.

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Grécia: Governo grego dá ultimato de 15 dias às ocupações

Nesta quarta-feira (20/11), o governo de extrema-direita do partido Nova Democracia lançou um ultimato contra as ocupações no território grego e anunciou que prenderá os imigrantes nas ilhas gregas.

O governo de Kyriakos Mitsotakis está aumentando o conflito com o movimento anarquista. Após a sangrenta repressão em Exarcheia no domingo passado, o governo de extrema-direita anunciou o despejo de todas as ocupações. Na quarta-feira, o Ministro da Proteção do Cidadão emitiu um ultimato de 15 dias aos ocupantes que ocupam prédios, privados ou públicos, no território grego para evacuar as instalações.

O ultimato de 15 dias terminará na véspera do aniversário do assassinato do jovem anarquista Alexandros Grigoropoulos. O ultimato nada mais é do que outra declaração de guerra contra o movimento anarquista, e o fato de que o prazo terminará em 5 de dezembro, deixa bem claro que o governo grego quer aumentar o conflito e espalhar o medo.

O anúncio é outra etapa da campanha repressiva do Estado grego, que já dura meses. Companheiros e companheiras em Atenas estão pedindo ações de apoio e solidariedade. A “Assembleia No Pasaran” convocou uma reunião de emergência no edifício Gine, em Atenas, no sábado, 23 de novembro, às 20h00. [Read More]

Porto Alegre (RS-Brasil): Heavy Hour 56 – Quando os ricos invadem as áreas dos pobres…

HEAVY HOUR 56 – 09.09.19

Os bacanas estão de olho na Bonja! E não é para auxiliar a comunidade, é para desalojar as pessoas de lá! Porto Alegre, como qualquer grande cidade, “sofre” com a especulação imobiliária. Sofre, assim, entre aspas, porque sua administração joga contra a população. Conversamos, portanto, com duas representantes da resistência na Bom Jesus, Cris Medeiros, moradora do local e conselheira tutelar, e com a advogada Rosa, também moradora, sobre as invasões – sim! – de corporações privadas que querem retirar mais de 80 famílias de um local onde moram há mais de 30 anos para seguir seu empreendimento imobiliário – vulgo condomínio de bacana. [Read More]

Grécia: Ações e apoios em todos os continentes. “Não toque em Exarcheia!”

As mensagens nos chegam do Brasil, França, Austrália, Espanha, Argélia, Canadá, Alemanha, Japão, Bélgica, Uruguai, Eritreia, Escócia, Hong Kong, México, Itália, Argentina, Portugal, Tunísia, Suíça, Chile, Países Baixos, Estados Unidos…
A tal ponto, que será melhor contar os países dos quais não se tenha recebido nada: Mônaco, Vaticano, Luxemburgo, Ilhas Cayman, Liechtenstein… [risos]
Não posso publicar tudo aqui e agora, entre outras correrias e emergências, mas no momento aqui vai um pouquinho sobre as últimas notícias.

Várias embaixadas e consulados da Grécia ou fundações privadas gregas que apoiam o novo primeiro ministro foram alvo de ações: vidros quebrados e pixações desde Nantes no consulado e em Montevidéu; concentrações diante de muitos consulados e embaixadas, especialmente em Bordeaux e Lion. Apoio do St. Pauli, o famoso time de futebol antifascista de Hamburgo. Mobilizações e sentadas em muitas cidades, como em Glasgow, na Escócia. Mensagens com hashtags de Melbourne, na Austrália, ou com cartazes em Colonia, na Alemanha. Aviso da CNT francesa que identifica a lista de embaixada e consulados honorários em todas as regiões da França para organizar concentrações de apoio. Criações artísticas de todo tipo em apoio a Exarcheia. Ações performáticas na Bretanha, no bosque ocupado de Osterholz em Wuppertal, na Alemanha. No alto de um edifício de Madrid, na Espanha, em Viena, na Áustria, em Saillans na Drôme, em Martigues perto de Marselha, na Reole em Gironda. Ataques contra vários edifícios e veículos relacionados com o poder na Grécia, especialmente o escritório de um deputado do partido Nova Democracia em Patras. Hashtags contra a operação “Lei e Ordem” um pouco em todas as partes. Textos de apoio na imprensa independente, por exemplo em Politis. Etc. Etc. Etc. [Read More]