França: Três anos após a morte de Rémi Fraisse, a luta nas ZAD continua

Três anos atrás, no dia 25 de outubro de 2014, Rémi Fraisse foi morto pela polícia enquanto participava de uma manifestação em defesa da floresta de Sivens, no Tarn, sul da França. A granada ofensiva que matou Rémi, além de expor ao público local e internacional a letalidade das armas usadas pela polícia francesa, também chamou atenção para a luta pela proteção do vale de Sivens. Foi ali que, durante meses, centenas de pessoas –muitas dos arredores – decidiram transformar seus corpos em barricadas para proteger a zona contra um projeto de barragem que iria favorecer a agricultura intensiva na região. Reproduzindo uma estratégia de resistência contra projetos capitalistas destrutivos que se espalhou no interior da França nos últimos anos, elxs transformaram o Vale de Sivens em mais uma ZAD – leia-se Zona A Defender.

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Fay-de-Bretagne (França): Mensagem de solidariedade após o despejo da Travessa no Porto

Ontem, a ocupação L’Ancre Noire, situada nos arredores da ZAD de Notre Dame des Landes, na França, publicou esta mensagem e colocou uma faixa em solidariedade com a ocupação A Travessa que foi despejada no Porto esta segunda-feira e com as ocupações em Portugal em geral:

Fora o turismo, okupa tudo! Solidariedade com xs okupas de Porto

Nesta manhã (16 de outubro 2017) acordamos revoltados pelo sentimento de impotência diante do despejo do espaço ocupado na semana passada no centro da cidade do Porto, A Trâvessa. Porto e seu centro histórico invadido pelo turismo de massa enquanto suas periferias continuam miseráveis, sempre será a metrópole impossível do norte do Estado – pelas suas ruas, seus aspectos selvagens, suas ilhas, seus pequenos bairros incrustados há séculos nos becos sem saída… Locais onde os turistas não se arriscam por medo dos gunas e pela ausência de ponto de informação.

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França: C.R.E.A. – Abrigo e Poder Popular em Toulouse

crea_toulouseFaz cerca de um ano que o jornal The Guardian divulgou os seguintes números: existem na Europa 11 milhões de casas vazias e 4,1 milhões de pessoas sem abrigo. Lembro-me logo da ocupação de São Lázaro, em Lisboa, ou da Es.Co.La da Fontinha, no Porto, ao longo de 2012. Ambos os espaços tornados públicos por quem deles precisava, vividos durante algum tempo, para depois serem destruídos pelo Estado e pela polícia. A perversidade está à flor da pele: os Estados nada podem fazer quanto à crescente miséria humana, mas não deixarão que as pessoas sigam caminho sozinhas. Para cada pobreza, a respectiva fila de espera.

Mas uma boa notícia: em Toulouse, França, um edifício foi ocupado para alojar pessoas sem abrigo. Foi criado o Collectif pour la Requisition, l’Entraide et L’autogestion – C.R.E.A., que a partir de 2011 garantiu habitação a cerca de quarenta pessoas, entre elas sete famílias e cerca de quinze crianças. Uma outra parte do edifício foi usada para um Centro Social: ali se dinamizaram actividades e espaços abertos a todos, biblioteca, bar e sala de festas, salas de aulas, boxe, alfabetização, apoio escolar, apoio social e jurídico, cozinha ou costura. [Read More]

Toulouse (França): Frente à repressão, a informação é uma arma

Suspeita de ser responsável pela publicação de um artigo na página IAATA.info (site colaborativo e antiautoritário de Toulouse), uma pessoa está sendo perseguida pela Justiça. Por que acreditamos que informar sobre a repressão policial é uma ação legítima e necessária, veiculamos a presente denúncia contra a criminalização e intimidação das mídias independentes.

Em 7 de maio, os jornais anunciaram que um homem toulousano foi acusado de realizar “incitação pública ao delito ou crime”. Ele é considerado suspeito de ser “um administrador” do site IAATA.info. [Read More]

Testet (França): A floresta de Tarn começa a ser cortada para a construção de uma barragem, após um ano de resistência no local.

A floresta de Tarn começa a ser cortada para a construção de uma barragem, após um ano de resistência no local. As defensoras e defensores da floresta pedem apoio urgente.

Ontem, dia 1 de setembro, a floresta de Tarn começou a ser cortada para a construção da barragem de Sivens. Desde outubro de 2013, uma parte da área ameaçada de destruição foi ocupada por pessoas que são contra o projeto. As moradoras e moradores, que ocuparam o local para proteger a floresta, chamam a área de ZAD do Testet (Zona à Defender do Testet)*.

A empresa que vai realizar as obras de destruição da floresta chegou ontem ao local para começar a cortar as árvores. Muitas pessoas se juntaram às moradoras da área para resistir ao começo das obras. As máquinas e as empregadas e empregados só puderam chegar ao local porque foram escoltadas por um grande aparato policial. As manifestantes tentaram impedir que as árvores começassem a ser cortadas, permanecendo no local. A polícia reprimiu violentamente com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Desde o começo da ocupação ZAD do Testet houveram vários confrontos com a polícia, mas a repressão de ontem foi a mais violenta, como afirmam as resistentes no local. [Read More]

Paris (França): Ato em defesa do “33 da rue des vignoles” reúne cerca de mil pessoas

Comunicado de imprensa:

Neste sábado, 15 de março de 2014, mais de mil pessoas desfilaram nas ruas do 20º bairro pela salvaguarda do “33 da rue des vignoles”, ameaçado de expulsão pela prefeitura de Paris.

Foi por reconhecer sua ligação a este espaço sindical, cultural e associativo, herdeiro de prestigiosa história, que os participantes aplaudiram os oradores que discursaram durante o percurso da marcha: o DAL lembrou a luta pelo direito à moradia, assim como a dos imigrantes; a companhia Jolie Môme propôs um espetáculo de meia-hora sobre a Paris popular; o coletivo Tenon relembrou as lutas pelos direitos das mulheres, salientando, sobretudo, a luta pelo direito ao aborto e as lutas antifascistas; um show do grupo Dubamix, representando a abertura às culturas alternativas, fechou a jornada. Temas importantes para os habitantes do “33? e do 20º bairro, um dos últimos redutos populares da capital. [Read More]

França: Comunicado dos organizadores da manifestação anti-aeroporto de 22 de fevereiro, em Nantes

A manifestação de hoje [22 de fevereiro] foi uma mobilização sem precedentes, com 520 tratores vindos de todas as regiões vizinhas, duas vezes mais que na manifestação de 24 de março de 2012 em Nantes. Isso indica um envolvimento massivo da população rural. Os tratores vigilantes estão dispostos a intervir na ZAD [Zona A Defender].

Havia 63 ônibus, vindos de todas as regiões da França – o dobro quando chegou a corrente humana. É um marco de uma mobilização nacional e da conexão entre Notre-Dame-des- Landes e outras lutas contra grandes projetos inúteis e impostos. [Read More]

França: Notre-Dame-des-Landes: Nem obras nem desalojos… Ao aeroporto, seguimos dizendo NÃO!

CHAMADO COMUM DO MOVIMENTO ANTI-AEROPORTO

[Em Notre-Dame-des-Landes, a Oeste da França], o Estado e as pessoas a favor do aeroporto ameaçam de novo com a imposição do projeto pela força. Pretendem iniciar, nos próximos meses, a destruição das espécies protegidas e a construção do aeroporto. Uma nova onda de desalojos poderá chegar. Não os deixaremos agir! Na zona de Notre-Dame-des-Landes, o movimento está ainda mais vivo que no outono de 2012 [quando atacaram para tentar desalojar todos os espaços ocupados], os laços são mais densos, os campos mais cultivados e as cabanas mais numerosas… Mas, além disso, há mais de 200 comitês locais (externos a zona) que foram criados em solidariedade com a luta e com a finalidade de propagá-la em seu próprio entorno. Chamamos a todas as forças anti-aeroporto a unir-se a manifestação de 22 de fevereiro em Nantes, para mostrar-lhes que de nenhum modo podem pôr a mão ao “bocage” [um ecossistema em estrutura de campo fechado]. [Read More]

Notre-Dame-des-Landes (França): Grande laboratório anticapitalista no noroeste

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Mais de 1.500 hectares de autogestão

Existe no noroeste da França um pequeno território que escapa, de fato, ao controle da República Francesa. Situa-se a 20 quilômetros ao norte de Nantes, junto à localidade de Notre-Dame-des-Landes. São 1.650 hectares de um típico bosque da Bretanha e é, sem dúvida, um dos maiores centros okupados da Europa. Mais de uma centena de pessoas vivem ali de forma permanente em cabanas fabricadas por eles próprios com tabuas de madeira e galhos. Trata-se da ZAD: para o Estado, Zona de Ordenamento Diferido e para os seus ocupantes Zona A Defender. E é, sem dúvida, um espaço de construção de um sistema alternativo, uma experiência de socialismo real no capitalismo, um lugar onde a propriedade privada, o dinheiro e a autoridade têm pouco cabimento. O que ali habitam tentam impedir a construção de um aeroporto, mas pretendem também lutar contra a sociedade que deseja levar o projeto para diante e as suas consequências, por isso o seu slogan: “Contra o aeroporto e o seu mundo”. [Read More]

Chamada à participar do Dia internacional de denunciação pública contra as violências do estado. Dia 26 de janeiro de 2013 – Onde vocês queiram!

Vítimas de irreversíveis de violências policiais (fraturas, hemorragias internas, resquícios de granada, surdez, olhos cegados…), mais de 120 feridos em dois dias durante a última operação policial e de uma forte repressão política (centenas de detidos e processados, e dois prisioneiros políticos neste momento), alguns ocupantes da ZAD (Zona à Defender contra o projeto do aeroporto de Notre Dame de Landes, no oeste da França, próximo à Nantes) lançam um convite à denunciar publicamente as violências do estado, dia 26 de janeiro em todas as cidades da França e do mundo.
*Veja no final da chamada uma breve apresentação da ZAD (Zona à Defender) e da luta contra o aeroporto Grande-Oeste na França.

Essas violências foram demasiadamente chocantes, mas os ocupantes políticos da ZAD não são evidentemente os únicos à sofrer por culpa da violência do Estado. Violências simbólicas, legais, judicias, policiais, militares, institucionais, falsas acusações, discriminações, humilhações, deportação de imigrantes ilegais, controle de nossas vidas… são alguns exemplos de formas de violência “ordinárias” sofridas pela população. Fazemos um convite então à todas as pessoas que se sentem tocadas por esta situação à denunciar, assim, essas e outras formas de violência do estado.
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